Sunday, March 05, 2006

12 - Escrever

Em abono desses tempos e da atitude das escolas: Escrevia-se tendencialmente melhor. Dar erros era feio, denotava analfabetismo.
Aprendi a escrever razoavelmente logo na Primária onde tive a excelente professora Maria Rosa Colaço, mas mesmo na Secundária os professores tinham a preocupação de nos corrigirem as faltas.

Agora estamos mal, muito mal mesmo. Há licenciados que dizem “póssamos” e “há-dem” e escrevem “estives-te”, “envias-te” etc.. O "haverão" é de sempre.
Há quem chegue a Mestrados e a Doutoramentos escrevendo arrazoados que mal se percebe em que língua ou dialecto se encontram redigidos ou que ideia pretendem veicular. Já me têm perguntado o que quero dizer com tal ou tal nota, só porque não a escrevi no léxico mínimo para estrangeiros.

Ainda ontem me telefonou um engenheiro informando-me que um determinado ficheiro tinha um vírus e que por isso estava retido na pasta da quorantina (quarentena).

[Senhores professores: Não interessa se são de Electricidade ou de Inglês, de Contabilidade ou de Educação Física, de Electrotecnia ou de Informática, por favor ajudem os vossos alunos a escrever em Português, esse ar que ou respiramos ou não saberemos quem somos. A menos que não saibam fazê-lo, o que remete para outra questão. Dá trabalho, pois dá. E bons resultados, também].

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Nem tudo é mau nesta matéria. Há razões para algum optimismo nesta questão do Português. Deixem-me contar: Vi recentemente na TV um senhor lá no Norte a explicar como fazia a reciclagem de computadores. E a certa altura explicou onde ficava a Madre-Borde (mother-board). GENIAL!

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Fico sempre agradecido quando vejo russos, ucranianos e outros a estudar afincadamente o Português. Tenho muita esperança nos nossos imigrantes.
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